Instalações únicas no festival, artistas moçambicanos em destaque

“Objectos do Infitnito”, de Michel Onésio traz a interpretação pessoal das pinturas clássicas das eras renascentista e impressionista. Ao desconstruir estas obras históricas, o artista interage com a sua essência através da abstração, remodelando as suas narrativas e composições para refletir a minha própria abordagem criativa. Nas palavras de Michel “esta exposição é um convite à experiência da transformação do familiar em abstrato, onde cada peça fala do potencial infinito da arte e da natureza ilimitada da criação”.

Uma colaboração durante cinco anos entre o músico e académico Guillermo de Llera Blanes e o fabricante de mbira May Mbira, teve como resultado a criação de MidiMbira, definido como um hiper-instrumento. Agora, será possível o público interagir com esta obra. A criação deste instrumento híbrido acústico/digital tem como objetivo investigar as capacidades de reprodução inerentes aos instrumentos musicais tradicionais a partir do domínio digital e, a partir daí, criar novas vias de expressão que respeitem as capacidades de reprodução e as identidades tradicionais. Assim, enquanto controlador digital capaz de controlar qualquer dispositivo MIDI e interagir com software de controlo de áudio, vídeo e luz, o MidiMbira faz a ponte entre formas ancestrais e novos futurismos. 

“Estruturas ressonantes: montagem, arquivos, som e objectos”, instalação de Bhavisha Panchia e Ângela Ferreira, convida os visitantes a explorar a Rádio Moçambique como uma estrutura social, cultural e política significativa no Moçambique colonial e pós-independente. Como é que podemos ouvir um edifício e as histórias, vozes e histórias que ele contém? Com que tipo de voz fala e que tipo de espaço acústico pode criar para o público ouvinte de hoje? Estas são perguntas com que o público erá se confrontar e formulas outras mais a partir da experiência de escuta.

“Narrativas de Cura: Tecendo as Histórias de Cura de Cabo Delgado” é uma exposição interactiva que explora a forma como a arte e o artesanato servem como veículos poderosos de expressão, resiliência e cura comunitária. Apresentando o trabalho de mulheres de oito comunidades distintas envolvidas no projeto Kuinua, esta exposição celebra a rica herança cultural de Cabo Delgado através de uma coleção de tapetes de palha tecida, têxteis e capulanas. A exposição é uma experiência sensorial que envolve os visitantes através da visão, do som, do cheiro e do sabor, enquanto realça a natureza circular e comunitária da cura.

As instalações estarão abertas ao público até sábado, 26 de Outubro, com acesso gratuito.

Artigo por

Júlio Magalo

Outubro 15, 2024

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