A Galeria 1957 em Accra, no Gana, apresenta a exposição “Constellations Part 2: Figures in Webs and Ripples of Space” com curadoria conjunta de Tracy Naa Koshie Thompson, Nuna Adisenu-Doe e Katherine Finerty.
A exposição (“Constelações – Parte 2: Figuras em Teias e Ondulações do Espaço”, numa tradução literal em português) continua a pesquisa da primeira exposição “Constelações Parte 1: Figuras na Terra e Mais Além”, que procurou desafiar o enquadramento da época actual chamada “Antropoceno”, mas desta vez questiona a noção da interconexão e o lugar na tentativa de nos descentrarmos.
Ao entrarmos na exposição, um amplo espaço feito de betão que poderia ser um galpão ou um parque de estacionamento, um profundo silêncio nos acolhe, como se nos chamasse atenção para o que aí vem: a introspecção sobre a frágil condição humana, sobre o espaço que concebemos como Terra (casa), único lugar até aqui em que conhecemos a vida como ela é, mas que não cuidamos como tal.
Em nota, os curadores realçam que as obras dos cerca de 25 artistas, “apresentam as possibilidades abertas de um mundo multiespécie em que o nosso ser humano se baseia muito na coexistência. Uma coexistência, no entanto, que não implica automaticamente relações harmoniosas e pacíficas, mas sim um equilíbrio dialético com o paradoxo da crise existencial”. Muitos dos artistas em Constellations Part 2 jogam com a mitologia africana para reimaginar mundos para além do humano – sensíveis, actuais, coerentes e terrestres. Os artistas desta exposição ligam e rompem relações através de uma constelação de máquinas, plantas, objectos religiosos ou míticos, recordações e todas as formas de objectos que nos ligam e nos afastam.