Adiar a meta de emissões líquidas zero condena o mundo a séculos de ondas de calor cada vez mais intensas, severas e progressivamente piores, alertam cientistas.
Uma nova pesquisa revelou que ondas de calor perigosamente intensas e prolongadas se tornarão cada vez mais comuns se o progresso rumo à neutralidade de carbono continuar estagnado. O estudo constata que quanto mais tempo o mundo demorar para atingir a neutralidade de carbono, mais severos se tornarão esses eventos de calor extremo.
Publicado na revista Environmental Research: Climate e citado por ScienceDaily, o estudo se baseia em modelos climáticos conduzidos por cientistas do ARC Centre of Excellence for 21st Century Weather e da CSIRO. Utilizando simulações em larga escala em supercomputadores, a equipe examinou como as ondas de calor podem evoluir nos próximos 1.000 anos, quando as emissões globais finalmente atingirem o nível zero.
Ao longo das simulações de 1.000 anos, a maioria das regiões não apresentou sinais de retorno às condições de ondas de calor pré-industriais. Em vez disso, as ondas de calor permaneceram elevadas por pelo menos um milênio. Em alguns casos, quando o balanço energético negativo foi atingido em 2050 ou posteriormente, as ondas de calor se tornaram ainda mais severas com o passar do tempo.
Os pesquisadores também descobriram que o aquecimento no Oceano Antártico pode continuar a intensificar as ondas de calor por séculos, mesmo depois de se atingir a neutralidade de carbono.
Escrito por: Eduardo Quive