Já está “aberto” o Museu Virtual de Objectos Culturais Roubados, um projecto de âmbito mundial que reúne, na galeria inaugural, 250 bens culturais com origem em 56 países.
Projectado pelo arquitecto africano Diebedo Francis Kéré, vencedor do Prémio Pritzker, o museu foi projectado com uma paleta de cores naturais e criado para consciencializar sobre o comércio ilegal de bens culturais em todo o mundo. Os itens foram seleccionados do banco de dados da Interpol.
Ernesto Ottone, diretor-geral da UNESCO, citado pela Lusa, sublinhou que os bens culturais roubados “ferem a memória” colectiva, rompem cadeias de transmissão cultural entre gerações e “impedem a ciência de evoluir”, por ocultarem conhecimento.
O conceito do museu baseia-se na árvore baobá, um símbolo de resiliência para muitas comunidades africanas. “Uma árvore tem raízes, um tronco e uma copa – vemos o tronco e a copa, mas as raízes permanecem escondidas, proporcionando estabilidade e sustento. O patrimônio cultural são as raízes das comunidades, e sua perda priva a comunidade dos alicerces para o desenvolvimento, o bem-estar e a felicidade”, observou o arquitecto.
Embora o design virtual ofereça mais liberdade criativa, Kéré procurou criar um projeto simples e compreensível para os visitantes, permitindo-lhes estabelecer uma ligação emocional com os objetos do museu.
O Museu Virtual de Objectos Culturais Roubados, criado pela UNESCO, em parceria com a Interpol, foi apresentado pela agência das Nações Unidas para a Educação e Cultura pode ser visitado em https://museum.unesco.org/.
Escrito por: Eduardo Quive