Nakagin Capsule Tower: símbolo de arquitectura radical japonesa “ressurge” num museu

A Nakagin Capsule Tower foi concluída, no Japão, em 1972 e se tornou a realização definidora do Metabolismo, o movimento de vanguarda japonês cujos membros imaginavam cidades e edifícios que pudessem crescer, mudar e evoluir ao longo do tempo.

Concebida como um protótipo para a vida urbana nômade, a torre consistia em dois núcleos de concreto com 140 cápsulas pré-fabricadas servindo como unidades de apoio para empresários que se deslocavam diariamente. As cápsulas deveriam ser substituídas a cada 25 ou 30 anos — mas essa visão nunca se concretizou. Ao longo de cinco décadas, os moradores as adaptaram como segundas residências, escritórios, quartos de estudantes, salões de chá, galerias ou cabines de DJ, entre outros usos. Outrora um símbolo do tecnofuturismo japonês do pós-guerra, o edifício foi finalmente desmontado em 2022, após anos de esforços infrutíferos para salvá-lo.

Com o título The Many Lives of the Nakagin Capsule Tower (As Muitas Vidas da Torre Cápsula Nakagin), uma nova exposição no Museu de Arte Moderna, examina um dos experimentos arquitetônicos mais radicais da era pós-Segunda Guerra Mundial. Projectada pelo escritório do arquitecto japonês Kisho Kurokawa.

A exposição traça as muitas vidas que a arquitetura pode conter: como um manifesto; um design codificado em desenhos e modelos; um produto imobiliário; um artefacto da cultura pop; um centro de actividades não planeadas; um local de esforços de preservação da comunidade; e, finalmente, um arquivo “vivo” após a demolição.

De Eduardo Quive

Artigo por

Júlio Magalo

Agosto 19, 2025

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